sábado, 19 de dezembro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
'' QUANDO A PAREDE NOS FOGE ''
Só nos rimos da maldade, mas a realidade é só uma, alcoól e paredes não
ligam bem, ou será falta de equilíbrio?
sábado, 22 de agosto de 2009
'' VISITA A CASTELO DE VIDE ''
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Um amigo, em 82, levou um irmão e seus respectivos elementos de família, a Castelo de vide, para comer umas gambas e beber umas imperiais. Com o passar das horas, gastar papel e limpar os dedos dos carapaus de bigodes, passaram 3 horas de uma forma mais que burguesa que outra coisa, também naquela altura, eram outros tempos.
Pena que as gambas não tivessem sido antes lagosta, tinha mais carne. Na hora do regresso, todos foram lavar as mãos, porque a marisqueira não tinha lavabos de limão, somente o irmão mais velho, não lavou as mãos.
Carlos perguntou:
- Olha lá mano, não lavas as manápulas ?
- És doido, ao preço que está este carapau de bigodes, chego a casa, cheiro e lembo os dedos e mamo mais umas bujecas...
Fonte: Carlos Batista
sábado, 15 de agosto de 2009
'' SOUTIEN COMO ANTENA DE CARRO ''
Hoje vou falar de um acontecimento passado com três amigos, deles, só um está vivo. Martinho, Júlio e Zé Bolinhas (José Inácio), foram para um lugar na serra, chamado de Arrimal, para uma apresentação de um novo modelo de tractores da Case, os mini.
Como o Martinho era vendedor de máquinas, pelo que tinha lá duas Case 580 Super K, em que fez um negócio com uma, e além disso apresentação contava com várias provas e demonstração com mostradores e experimentadores de máquinas credenciados, bem como clientes que fizeram os seus testes aos mini Case, nos quais se fecharam alguns negócios naquele sábado, isto no meados de 90, com direito a vários prémios.
Mas tudo isto só para dizer que aconteceu algo cómico. Além das apresentações, tinha um excelente repasto ao vivo, onde não faltou comida e bom vinho da região de Porto Mós.
Como o dia foi longo, os excessos de vinho por parte dos três também, prolongou-se até altas horas da noite, em que o Júlio já tudo era dele.
Nas sobras, carregou-se pão caseiro e frangos, que vieram para Leiria. Já de noite, e depois do Júlio ter roubado um soutien num estendedal que havia ali perto da lagoa, junto ao pavilhão do clube, seguiu-se para uma visitinha à Ponte da Asseca, lugar costumeiro destes moinas. No regresso, porque foi uma directa, eles vieram abrir a Taberna Lagoa, porque o Rui Viva pelas 6.30 da matina, já tinha a porta aberta para moinas.
O soutien pendurado na antena do Nissan JR-33-70, Julio disse aos demais na taberna junto ao telheiro dos petiscos, que vinham de Braga e que tinha despido uma menina e trazido a roupinha dela, (mentira), todos acreditaram até que na hora do lanche da manha, colocaram os frangos e pão na mesa, que ainda vinham quentes dado que vinham junto à soufage do carro, que tinham sido comprados no Paris em Pombal.
Ainda hoje tem gente que acredita nisso...
De tantas que se fizeram, esta foi uma de recordação, a Taberna tinha sempre acontecimentos de registo, e estes... fizeram das boas.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
'' TODOS PRÁ TASCA JÁ !! ''
Quando uma manada de búfalos é caçada, só os búfalos mais fracos e lentos, em geral doentes, que estão atrás do rebanho, são mortos.
Essa selecção natural é boa para a manada como um todo, porque aumenta a velocidade média e a saúde de toda a manada pela matança regular dos seus membros mais fracos.
Essa selecção natural é boa para a manada como um todo, porque aumenta a velocidade média e a saúde de toda a manada pela matança regular dos seus membros mais fracos.
De forma parecida opera o cérebro humano: 'Beber álcool em excesso, como nós sabemos, mata neurónios, mas, naturalmente, ele ataca os neurónios mais fracos e lentos primeiro. Neste caso, o consumo regular de cerveja, aguardente, whisky, vinho, rum, vodka, elimina os neurónios mais lentos, tornando o cérebro uma máquina mais rápida e eficiente.'
E mais: '23% dos acidentes de trânsito são provocados pelo consumo de álcool. Isto significa que os outros 77% dos acidentes são causados pelos filhos da p*** que bebem água, sumos, refrigerantes ou outra merda qualquer !!!'
Colabore ! Seja inteligente !
JÁ PRÁ TASCA !!!!
Patrocínio da Associação dos Produtores de Aguardente de Medronho
Leia mais:
'' HOJE É DIA DE PIPIS ''
Meu amigo Florêncio, ou estava a pensar que estava acabar, ou soube a pouco.
Nunca faltou aqui um vinho de estalo, tanto que é de estalo, que muitas das vezes calha a alguém. Pode não ser do vinho, claro, possívelmente da quantidade e dos que o bebem em demasia, mas isso é outra coisa.
By mghorta
sábado, 1 de agosto de 2009
TERTÚLIA DO TROLARÓ
Foi há cerca de 20 anos que um frequentador da mais emblemática taberna de Leiria, a Taberna Lagoa, o José Inácio em conjunto com Júlio Jesus Maria e mais o dono da taberna, Rui Viva que se começou a fazer uns lanches numa improvisada cozinha fora da taberna debaixo de um pequeno telheiro, fizesse chuva ou sol, eles lá começaram a fazer os seus pequenos lanches de algo que sempre iam comprar ao mercado.
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Mas com o avanço das coisas, o José Lino das azeitonas começou a colaborar com as frutas e as devidas azeitonas para regalo dos almoços dos poucos amigos que se juntavam à mesa. José Inácio, com dotes de bom cozinheiro, começa também a fazer umas sopas de rabo de boi, que gentilmente o Manuel Ideias, o homem do talho que geralmente fornecia as carnes e enchidos para as comezanas que ali eram feitas.
O grupo começa a ganhar proporções onde se juntam mais amigos, o falecido António Valentim, o Garcia da Robbialac, Martinho e bem como outros que através dos tempos fizeram parte do grupo dos almoços e lanches que se faziam, como disse, baixo do telheiro.
Dos fundadores dos almoços, José Inácio, Rui Viva e Júlio Jesus Maria não fazem parte dado que faleceram, mas outros responderam ao chamamento dos almoços, entre os quais o José Seco da funerária, Joaquim (Fanas) o electricista de serviço, entre outros que foram desistindo, porque a dimensão e o dinheiro custa a ganhar a todos, e como foi estabelecido que seria um a pagar o almoço, coisa que até que o presidente da mesa, o Garcia, era dividido por todos, que se estabeleceu para a 4ª feira, dia que ainda hoje se faz os bem regados e deliciados almoços de amigos, que por vezes juntam até 17 - 20 à mesa grande.
Dos intervinientes e que responderam aos almoços, temos o nosso saudoso amigo Lé e Dr. Pombo que também partiram para a terra dos aciprestes, actualmente 12 magníficos resistentes, Joaquim Moreira (presidente vitalício da mesa), Juvenal, Carlos Ferreira, José Luís (Ataíja de Cima), Isidro Rodrigues, António Repolho, José da Silva (cozinheiro às vezes), Luís Gomes, António Batista, Fernando Carvalho, Rui Aniceto e Virgílio Ferreira.
Aquando o 'Europeu de Futebol' temeu-se a perda do grupo, devido às obras do Estádio, foram relegados para um contentor ao lado da Nerlei, porque a taberna original foi demolida, mas mesmo assim o grupo das 4ª feiras afincou pé e nunca baixaram braços, ao ponto de ajudarem o Rui Viva em algo que lhes estivesse ao alcance para que a taberna ficasse de pé, o que aconteceu depois de muitas batalhas junto da câmara por Rui Viva e seus filhos, nomeadamente Pedro e Nuno.
Estes almoços e lanches tinham a particularidade de serem sempre bem regados de vinho bom, e com anedotas e peripécias que faziam a rizada geral da mesa e para espanto dos convivas que frequentemente estão por lá e encostados ao balcão a beber o ser copinho. Uma das anedotas que marcou a mesa, foi um belo dia os 5 estavam a comer uns bifes pequenos, quase de 1/2 kg cada, e o António Valentim com a sua cegueira para a barriga ficar cheia, pede ao Martinho para trocar pelo dele que estava mais mal passado, mais olhos que barriga.
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Entre muitas anedotas, também tinha aquela, é pá e as couves, lá dizia o Júlio para o José Bolinhas:
- Deixa lá, vou buscar ao meu quintal...
O quintal do Zé Bolinhas (José Inácio) era nem mais nem menos o campo para lá da Ponte da Cabreira.
Uma outra foi quando se comeu salsichas com couves enroladas, até que calha a um dos convivas um carapau dentro da couve em vez da gostosa salsicha caseira tipo alemã. Quando abre a couve, para espanto dele diz:
- Como salsichas à muitos anos, mas com olhos é que nunca vi...
Outra máxima é quando tem um convidado, estes não pagam nada, terão que se dirigir ao balcão à dona Adelaide a pedir a caixa das 'Trouxas de ovos'.
Esta já como combinado, faz-se rogada e já muito de o convidado esperar encostado ao balcão é que a dona Adelaide remata:
- Então o senhor não vê que aqui o único trouxa que existe é você!!!
Gargalhada generalizada na mesa e cantasse o Trolaróóóóóóóóóóóóóó em uníssono.
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Com a entrada do amigo José Luís (Ataíja de Cima), começa uma era do 'Trolaró', que consiste simplesmente o roubo do copa ao amigo do lado, que todos depois em uníssono cantam o trolaróóóóóóóóóóóóóóóóóóó...... em voz alta e batem com um murro na mesa, que por vezes até a louça se quebra, o que dá espanto aos clientes do espaço, uns olham de cara feia, outros sorriem da boa disposição que reúne estes amigos do 'Trolaró' às 4ª Feiras sempre na mesa grande da taberna.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
'' PEN_DRIVE QUE FALTAVA ''
Para os admiradores de uma boa casta de vinho, ou de uma bebida para uma ocasião especial, basta fazer escolha de marcas e aceder fazendo download. Como a sua origem parte de uma empresa americana N is for Nature, embora os franceses como uma larga experiência no sector, não aceitaram a ideia com bom humor.
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Por cá, se começar a ter resultados, não faltará gente a correr ás lojas de informática a procurar a pen-drive do momento.
domingo, 10 de maio de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
'' DIA DE FUNERAL_DIA DE BEBEDEIRA ''
'' Vinho dá força ao coração,
dá coragem ao mais covarde,
faz esquecer todos os pesares... ".
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Não é novo este tema espanhol, porque na realidade o vinho é uma força extra que leva por vezes muitos a tomar decisões mais ou menos precipitadas.
Olhemos só uma situação que se dá sempre quando existe um funeral, os amigos que por norma acompanham algum que se finou, têm por hábito ir ao 'Artur' beber um copo em sua memória, e daí, dia de funeral... dia de bebedeira, que digam os amigos que nesta taberna o fazem.
domingo, 15 de março de 2009
'' MUITO VINHO E POUCA UVA ''
Zé Moleiro, que nos intervalos de suas moagens de farinha, beberricava sempre um bom vinho, primava por sempre o fazer mas do bom, fica cego ainda bastante novo.
Homem vivido, sempre atento ao que de bom havia nas tabernas nos arredores de Leiria, pede ao neto para o acompanhar sempre nas suas deslocações, até que um dia vai ao Lagoa, taberna que fica por trás do Estádio de Leiria.
Quando se encosta ao balcão dizia sempre para o neto;
- Olha lá Jorge, vê se o gado se encosta à cerca...
Rui Viva, que nem sempre gostava ficar atrás de saber o que seus clientes pensavam e diziam do vinho que vendia a retalho, fica admirado com a pergunta do Zé do Moleiro, e interroga;
- Olha lá Zé, porque perguntas ao teu neto se gado se encosta à cerca ?
- Então Rui, não sabes que quando o gado é bom vai sempre até à cerca desafiar para romper o cerco ? Do mesmo modo o vinho, se as bolhas encostarem à parede do copo, é excelente, se ficarem pelo meio, tem muita ajuda e pouca uva...
'' NO PIÃO_DIA DE TUNA ''
Nem todos os dias são iguais, então um em que se bebe um bom copo de vinho ao som de música de inesperada 'Tuna', www.trovantina.com, é sempre de ficar agradecido, porque todos ganharam.
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Eu, Tonho padeiro, o dono, Carlos da câmara, Carlos pataco, Bernardino, Mário e entre muitos conhecidos das lides copeiras na taberna do Pião.
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Confiram pelo vídeo;
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terça-feira, 10 de março de 2009
'' VAMOS TOMAR UM COPO ''
terça-feira, 3 de março de 2009
'' AS TIAS DAS TABERNAS ''
Teresa do Rito
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Tinha uma casa de pasto e uma taberna agregada. Mais tarde juntou-se-lhe uma mercearia. Tornou-se muito conhecida nas aldeias dos arredores de Leiria porque os seus estabelecimentos confinavam com o chamado “Pátio dos Burros”, local onde arrumavam os jumentos que na ocasião serviam de transporte para as pessoas se poderem deslocar à cidade. Nos dias de mercado (duas vezes por semana) eram tantos os clientes que obrigavam a Ti Teresa a contratar mais pessoal para a ajudar em tão grande azáfama. Do dinheiro que conseguiu amealhar, e graças à orientação dos seus três filhos, fizeram um prédio, que ainda hoje existe no Arrabalde d’Além. Quando a Ti Teresa foi informada que teria de mudar de casa porque esta iria ser destruída para dar lugar a prédios novos, entre os quais o dos CTT e todos os edifícios adjacentes, sofreu o maior desgosto da sua vida. Mudou para outro local mas, devido ao desgosto, já pouco tempo de vida teve.
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Clementina
Uma senhora também muito conceituada. Chegou a ter duas tabernas e mercearias, uma das quais frente à central eléctrica e outra um pouco mais abaixo, na mesma Rua de Tomar. Também, dada a sua simpatia, cativava com facilidade clientela para o seu comércio. Tinha apenas um filho, do qual ainda existem descendentes.
Olívia
Quem quisesse ver a sua sina, para saber se tinha sorte no casamento ou arranjar um namoro, etc, recorria a esta senhora. Procuravam-na na “Calçada do Bravo”, numa casinha pequena frente ao cruzamento para os Pousos, onde toda a gente a conhecia. Senhora muito fina, solteirona, mas já de idade um pouco avançada. Apresentava-se muito bem vestida para deitar as respectivas cartas e, com as suas “tretas”, lá conseguia amealhar algum dinheiro. Vivia desta profissão.
Teresa do Gaspar
Era proprietária de uma taberna frente à ponte dos Caniços, em conjunto com pequena mercearia. O seu nome era Teresa Cova e era viúva do senhor Gaspar. Senhora muito simpática, gorda e bonita. Para todos tinha palavras de carinho e amizade. Não tinha filhos, mas sim sobrinhos, por quem distribuiu os bens que conseguiu amealhar.
Tiaga
Esta senhora procurava ter bom vinho na sua taberna, a fim de angariar mais clientes que um outro concorrente que ela tinham em frente no mesmo ramo. E então era vê-los à tarde, na hora do lanche, os “copofonistas”, alguns dos quais comerciantes que deixavam os seus estabelecimentos ao cuidado dos empregados de mais confiança, para ir beber, com os seus habituais companheiros, uns copitos acompanhados por um lanche que ela tão bem confeccionava. Alguns deles, por vezes, já de lá vinham com, como se ousa dizer, “um grão na asa”. Esta taberna era no princípio da Rua Mouzinho de Albuquerque.
Maria do Mendes
Com um grande estabelecimento composto por adega, taberna, mercearia e tecidos a metro, porque naquele tempo ainda não havia prontos-a-vestir. O seu marido, o senhor Mendes, pouco ou nada fazia. Ela é que comandava as operações. Só tinham sobrinhos, muitos, e a sua fortuna foi distribuída por alguns por ela seleccionados. Os seus estabelecimentos eram muito frequentados pelos moradores daquele bairro, a “Calçada do Bravo”, hoje rua Paulo VI. No dia oito de cada mês era celebrada uma feira de gado bovino, mesmo em frente ao seu estabelecimento. Nestes dias de feira, era muito difícil entrar no seu estabelecimento, porque o movimento era muito cerrado. Mantinha ao seu serviço, para ajudar nas grandes tarefas em dias de feira, duas senhoras solteiras, talvez de 40 a 50 anos, as “tis” Marquinhas e Beatriz. Não resisto a comentar um pequeno episódio entre mim e ela. Tinha eu nove ou 10 anos. Existia numa das suas propriedades uma figueira com figos muito bons e um dia quis saborear tais delícias. Atrevi-me a entrar na sua propriedade, atravessei a vinha e logo subi à árvore tentadora. Quando estava no início da minha refeição, eis que ouço por baixo: “É tudo teu, meu lambão!” Logo saltei de ramo em ramo e, apenas me apanhei em chão firme, ah pernas para que te quero!... Ela não me iria fazer mal algum, eu sei, e até, se humildemente lhe pedisse desculpa, por certo me daria autorização para encher o estômago. Mas era o respeito...
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Maria dos cabritos
Quem se não lembra desta senhora?! Figura típica muito simpática, baixinha, toda vestida de preto com traje tradicional da aldeia. Bem educada e boa faladora. Por onde quer que passasse criava amizade. Era uma ferrenha anti-salazarista. Mantenho na memória (e tenho até fotografias) da passagem de Humberto Delgado por Leiria, em 1958, e da multidão a querer ver o “General Sem Medo” a depor um ramo de flores no monumento aos Mortos da Grande Guerra. A polícia fez um cordão para que ninguém se aproximasse dos que o acompanhavam, mas ela conseguiu furar e logo se juntou a nós para o cumprimentar. A razão do epíteto deve-se ao facto dela vender, no mercado, cabritos já mortos e preparados para cozinhar.
Bebiana
Oh! Que bolos tão deliciosos! Que pastéis folhados, que outros jamais saboreei! Os jovens (?) da minha idade ainda hoje têm saudades destas delícias fabricadas por ela. Quando a minha mãe trazia guloseimas desta especialista, nem queiram saber... Era de chorar sempre por mais. Tinham fama em toda a Leiria, e não só, os bolos da Ti Bebiana, cujo segredo de fabrico levou para a cova. Faleceu já muito velhinha na sua residência, no Largo Camões, local onde fazia tais delícias.
Ana do Inferno
Frente ao Hospital D. Manuel de Aguiar havia uma mercearia e, por baixo desta, na cave, estava a taberna onde se reuniam os amantes da boa pinga. Faziam-se até reuniões clandestinas, porque naquele tempo tais reuniões eram, como se sabe, proibidas. Quando a polícia soube destas reuniões, tentaram interceptar os participantes para os prender. Entraram primeiro na mercearia e de lá foram à taberna, na cave. Mas tinham que sair à rua. Evidentemente, quando lá chegaram não viram ninguém. É que existia um alçapão onde, e por aviso prévio, todos se esconderam. Comentário dos polícias: “Não vimos ninguém, foram todos para o inferno”. Daí o epíteto Ana do Inferno. Senhora muito conceituada, com dois filhos que se destacaram na cultura e bom trato em relações humanas. Ainda hoje os seus descendentes, em termos de civilidade, lhes seguem o exemplo.
Maria da Costa
Também morava na “Calçada do Bravo”. Comerciante de carnes na praça, era muito conhecida nos meios gastronómicos, pois por se saber que era séria, que não vendia “gato por lebre”, era muito procurada pelos consumidores de carnes. Um dos filhos, que felizmente ainda vive, seguiu-lhe a profissão e ainda hoje a mantém.
Amélia
Se alguém deveria ser condecorado a título póstumo, esta senhora estaria incluída. Principiamos pelo início da sua vida em Santa Catarina da Serra, onde nasceu e casou com Jacinto Prudêncio, trabalhador rural e homem muito honrado. Logo começaram a aparecer os filhos uns atrás dos outros. Era assim naqueles tempos. Em pouco tempo apareceram nove bocas para comer. Para conseguir alimentar esta prole seria necessário um grande esforço. Ti Amélia arranjou um trabalho diário que consistia em transportar as malas do correio para Leiria e vice-versa. Este trajecto era feito diariamente a pé. Juntamente com o correio, transportava ovos e queijos que vendia em Leiria e, no regresso, levava sardinhas que também comercializava em Santa Catarina ou pelo caminho. O dinheiro deste negócio, junto ao ordenadito do correio, daria para tapar as tais ditas boquitas que reclamavam alimento. E assim foi durante alguns anos, até que o seu marido resolver, e muito bem, transferir tudo para Leiria, onde se instalou no Casal de Santo António, perto do cemitério, propriedade aforreira que mais tarde comprou. Viviam da propriedade, de onde produziam vinho, fruta e todos os alimentos necessário para a sua sobrevivência. A Ti Amélia tinha muito jeito para assistir a partos e aqui é que ela se tornou conhecida. Logo se veio a constar esta faceta de parteira, criando amizade com toda a gente. O seu marido não se dava muito bem com ela porque era rara a noite que a não vinham buscar a casa para assistir a um parto e ele ficava bastante aborrecido por isso. Outra das duas facetas constava de, por meio de rezas e na presença de uma peça de roupa, “aliviar” algumas doenças mais vulgares. Enfim, superstições que infelizmente ainda hoje existem. Mas uma coisa curiosa: Ti Amélia nunca levou um tostão de honorários.
Júlia da Batata Roxa
Esta senhora também era muito conhecida. Tinha uma taberna na Rua Comandante João Belo, onde, além do vinho, vendia carvão e petróleo. O queixo dela, muito saliente, tinha a configuração de uma batata: daí a alcunha de Batata Roxa. Um dia a casa ardeu e foi o final do seu comércio.
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Fonte: As tias de Leiria
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'' TABERNAS POR QUE TE QUERO ''
Bebeu zurrapas, foi insultado e bateu com o nariz em muitas portas. Uns tomaram-no por fiscal, outros por burlão e até por repórter da TVI.
Durante um ano, Francisco Pedro partiu de Leiria e correu o país em busca das melhores tabernas de Portugal.
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Em vez do vinho, procurou imagens. Visitou quase 70 tabernas, fotografou 50 - as que se mantêm fiéis à imagem que idealiza: rústicas, com pipas, balcão e tecto de madeira e muita penumbra.
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.A responsabilidade era grande.
O amigo e escultor Abílio Febra preparava uma exposição sobre vinho com João Cutileiro e desafiou-o a participar. Assim começou a recolha fotográfica que levou Francisco Pedro, jornalista a tempo inteiro, artista nas horas vagas, de Bragança a Serpa, da Nazaré ao Marvão. Sempre de máquina na mão e conversa na ponta da língua para convencer taberneiros e taberneiras do país.
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O resultado está na Anadia, no Museu do Vinho da Bairrada.
Além dos melhores ângulos entre tintos e brancos, encontrou também muita solidão. “As tabernas estão em crise. Antes tinham pipas de dois e três mil litros. Agora, algumas vendem só dois ou três garrafões por mês ”.
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Leia mais; Tabernas para que vos quero
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
'' TODOS QUEREM IR AO LAGOA ''
Moradores exigem acesso pedonal
Os moradores da Quinta do Cabeço, na cidade de Leiria, estão a contestar o corte da estrada que passa por trás do estado municipal. A interrupção da via foi efectuada no passado sábado, pela empresa responsável pelas obras de remodelação do estádio, e não permite sequer o acesso pedonal das pessoas que residem naquela área.
“Não concordamos com esta situação”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA Maria Adelaide Viva, proprietária da Taberna do Lagoa, junto à qual foram colocados os tapumes que impedem a passagem de peões ou viaturas. “Concordamos com as obras, mas esqueceram-se que aqui mora muita gente que não tem possibilidade de dar a volta pela Avenida 25 de Abril”, acrescentou.
A proprietária lamentou ainda que a Câmara Municipal se tenha “esquecido” de avisar os moradores. “Quando se realiza a Feira de Leiria nunca se esquecem de nos avisar. Desta vez soubemos pelo jornal”, contestou a moradora.
A revolta é tanto maior porque foi o avô de Rui Viva, proprietário da Taberna do Lagoa, que vendeu à autarquia os terrenos que são hoje a zona desportiva da cidade. “Nesse contrato há uma cláusula que salvaguardava a serventia à casa pelas estradas nacionais 109 e 242”, referiu Rui Viva, alegando a existência de “direitos legais”, pelo que não resta ao município outra alternativa que não seja a de modificar a situação.
Isabel Damasceno, presidente da Câmara Municipal, manifestou-se disponível para conversar sobre a situação e encontrar uma solução que permita a passagem das pessoas.
Expropriação à vista. Incerto continua, contudo, o futuro da taberna. As obras de construção das acessibilidades necessárias à maior fluidez do tráfego em torno do estádio Magalhães Pessoa implicam a demolição do “Lagoa”, situação que não é muito bem vista por Rui Viva.
“O edifício tem mais de 100 anos e já pertenceu a três gerações da família. Já houve algumas conversas com a autarquia, mas ainda não chegámos a nenhuma conclusão e ainda estamos à espera de uma outra reunião com a câmara. Mas parece-me que vai haver muita discussão à volta disto”, avisou Rui Viva.
Isabel Damasceno precisou que a situação carece ainda de uma resposta da família. “Nunca é agradável para ninguém ser obrigado a mudar de instalações, ainda para mais quando se trata de um imóvel com algum valor histórico e que tem um significado afectivo para a família”, comentou.
Segundo a presidente, apesar de a câmara “estar disposta a negociar, se não se chegar a um acordo, avançará para a expropriação, como acontece normalmente noutras situações”.
'' ADEGA LAGOA NÃO CAIU ''
Deixem passar o Euro
Texto dePatrícia Duarte
A Taberna do Lagoa, situada nas traseiras do Estádio Municipal de Leiria, pode vir a desaparecer com as obras do Euro 2004. A Quinta do Cabeço vai ser atingida pela rede viária que, no futuro, servirá a zona desportiva e o edifício - que é taberna no piso térreo e habitação no piso superior - ocupa uma parte nevrálgica. É nessa zona que a autarquia pretende fazer passar uma via de escoamento do tráfego.
Isabel Damasceno reuniu-se pela primeira vez, na passada sexta-feira, com os proprietários das parcelas afectadas. Durante o encontro, a autarca manifestou interesse em reconstruir o edifício, num terreno mais próximo do rio. Mas se esta solução não for aceite, o executivo está disposto a declarar aquela área como utilidade pública e, posteriormente, proceder à sua expropriação. Rui Viva, que herdou e explora a taberna, não ficou satisfeito com a proposta que lhe foi apresentada: “toda a nossa vida foi feita aqui, a casa é conhecida por todo o povo leiriense e por gente de norte a sul do país”. O filho, Pedro Viva, defende que “há outras possibilidades” que não a demolição do edifício. Lamenta que devido a uma estrada se abdique de uma tasca que “já vai na terceira geração”, cuja licença de exploração remonta ao início da década de 50 e que é “uma referência para a cidade”. Rui e Pedro Viva apresentaram várias propostas a Isabel Damasceno para evitar a demolição do edifício, mas não registaram por parte da presidente receptividade para alterar o actual traçado.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, Isabel Damasceno referiu que “esta é uma questão simples” e que as negociações com proprietários de terrenos afectados pelas obras do Euro 2004 “estão a ser muito rápidas”. A decisão de demolir o edifício e de o reconstruir noutro local também não agrada aos clientes habituais da taberna. Alguns já frequentam o estabelecimento há 30 anos, como é o caso de António Poças. Por enquanto, ainda brinca com a situação, mas garante que vai sentir falta da tasca se esta encerrar.
Também Francisco Assis discorda da solução apresentada. “É preciso que se convençam que lá por ser uma taberna, não é só para alcoólicos, isto é uma casa de convívio”, sublinha.
Já Basílio Pereira, antigo alcaide do castelo, não vê qualquer inconveniente na deslocação do edifício. Concorda que a taberna não pode encerrar, mas entende que esta também não deve impedir a cidade de “andar para a frente”.
Para Setembro está prevista uma nova reunião entre Isabel Damasceno e os proprietários e que, em princípio, será conclusiva.
'' CAIU A BARRACA ''
Barraca à porta do Estádio
Texto de Pedro Costa
A Taberna do Lagoa, provisoriamente instalada em contentores a dois passos das obras do Estádio Municipal de Leiria, atrás do edifício da Nerlei, está a atrapalhar a conclusão dos trabalhos. Por estar a impedir a construção de ramais de esgotos e de outros infra-estrutras, como electricidade e telecomunicações. A “barraca” resume-se a uma palavra: “atraso”. O edifício original da Taberna do Lagoa foi demolido por força das obras do Estádio. O acordo com o proprietário, Rui Vieira, previa a instalação provisória do estabelecimento em contentores e construção nas imediações de um novo e definitivo imóvel. Quatro meses após a conclusão dos muros de suporte de encosta, era o prazo estimado para que a família de Rui Vieira voltasse a ter o seu tecto.
Nos primeiros dias de Janeiro último a Taberna do Lagoa ocupou os contentores transformados em estabelecimento comercial e nove meses volvidos, há duas semanas, recebeu a visita do vereador responsável pelas Obras, Fernando Carvalho.
Rui Vieira conta ao REGIÃO DE LEIRIA que era intenção do autarca acordar a relocalização das instalações provisórias, devido aos constrangimentos que estaria a causar na recta final da obra.
Na presença do seu advogado, Rui Vieira “bateu o pé”, sustenta, e terá dito que dali só sairá para a prometida casa definitiva. Um problema “barbudo”, já que do início das obras nem sinal. Aliás, só uma semana depois desta reunião é que o projecto de construção foi submetido a apreciação - e aprovado – em reunião de Câmara.
Paulo Rabaça, vereador do Desporto e presidente da Leirisport, empresa municipal proprietária da obra, confirmou ao REGIÃO DE LEIRIA que, de facto, o “ramal de esgotos tem um ponto de passagem por aquele local, como têm outras infra-estruturas”, como “electricidade e telecomunicações”.
Negou que este tenha sido um problema inesperado, dando conta que “já estava prevista a passagem por ali das infra-estruturas”. O que só poderá suceder – a menos que se alterasse o projecto – com a “desde sempre prevista retirada” dos contentores que albergam a Taberna do Lagoa. Até porque, diz, aquela zona é um “local de caminho para o estádio e não pode estar obstruído”.
Confrontado com a posição do proprietário, remeteu o assunto para o seu colega de vereação, Fernando Carvalho. “Isso não é comigo… não tenho sido eu a acompanhar”, garante Paulo Rabaça.Fernando Carvalho, por seu turno, diz ao REGIÃO DE LEIRIA que já “não há qualquer problema”, afiançando que Rui Vieira e o estabelecimento “vão sair de onde estão para o edifício definitivo”. Como Rui Vieira exigira.
Justifica o atraso na construção do imóvel com “procedimentos burocráticos” e, ao contrário de Paulo Rabaça, garante que os contentores com a Taberna “provisória” não estorvam ao ramal de esgotos nem de quaisquer outras infra-estruturas. E, acrescenta, o edifício definitivo de Rui Vieira vai começar a ser construído e concluído “muito rapidamente”.
A tempo da inauguração do Estádio, a 19 de Novembro? Admite que não e, de novo em oposição ao que diz Paulo Rabaça, considera possível a abertura do Estádio com a permanência da provisória Taberna do Lagoa.
'' VINHO E AMIZADES ''
Lugar de culto e muitas das vezes servido como referência de cidade, ' é pá olha que quando fores ver a União de Leiria, tens que ir ao Lagoa'. Eram estas as expressões que fizeram tema de conversa por muitos cantos deste Portugal.
A adega Lagoa, ou taberna, como queiram dizer, foi e será um ponto de partida para muitos dos leirienses.
Após anos e com muitas mudanças, hoje está situada no que era o espaço do velho Lagoa, onde Rui Viva fez sempre questão de ficar, embora com a chegada do Euro, muito se pensou que seria um alvo abater, mas não, permanece firme de pedra e cal.
Todos os que visitam este lugar, sabem bem que não tem por lá o criador e amigo de todos o Rui, ou então o barbas como era conhecido por alguns, no entanto tem lá seus seguidores em que depositam toda a confiança, o Nuno e mais seus irmãos.
Este espaço que agora está a começar, será o começo de tentar perdurar as memórias vividas de uma taberna de que podemos dizer, sim taberna portuguesa.
Se alguém tiver algo que queira contar e colocar neste espaço, poderão o fazer me enviando mail ou chegar até mim algo de interesse que se possa descrever e tornar mais notório a presença da taberna, uma daquelas que ainda resistem à mudança da cidade.
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