segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

'' ADEGA LAGOA NÃO CAIU ''



Deixem passar o Euro



A Taberna do Lagoa, situada nas traseiras do Estádio Municipal de Leiria, pode vir a desaparecer com as obras do Euro 2004. A Quinta do Cabeço vai ser atingida pela rede viária que, no futuro, servirá a zona desportiva e o edifício - que é taberna no piso térreo e habitação no piso superior - ocupa uma parte nevrálgica. É nessa zona que a autarquia pretende fazer passar uma via de escoamento do tráfego.
Isabel Damasceno reuniu-se pela primeira vez, na passada sexta-feira, com os proprietários das parcelas afectadas. Durante o encontro, a autarca manifestou interesse em reconstruir o edifício, num terreno mais próximo do rio. Mas se esta solução não for aceite, o executivo está disposto a declarar aquela área como utilidade pública e, posteriormente, proceder à sua expropriação. Rui Viva, que herdou e explora a taberna, não ficou satisfeito com a proposta que lhe foi apresentada: “toda a nossa vida foi feita aqui, a casa é conhecida por todo o povo leiriense e por gente de norte a sul do país”. O filho, Pedro Viva, defende que “há outras possibilidades” que não a demolição do edifício. Lamenta que devido a uma estrada se abdique de uma tasca que “já vai na terceira geração”, cuja licença de exploração remonta ao início da década de 50 e que é “uma referência para a cidade”. Rui e Pedro Viva apresentaram várias propostas a Isabel Damasceno para evitar a demolição do edifício, mas não registaram por parte da presidente receptividade para alterar o actual traçado.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, Isabel Damasceno referiu que “esta é uma questão simples” e que as negociações com proprietários de terrenos afectados pelas obras do Euro 2004 “estão a ser muito rápidas”. A decisão de demolir o edifício e de o reconstruir noutro local também não agrada aos clientes habituais da taberna. Alguns já frequentam o estabelecimento há 30 anos, como é o caso de António Poças. Por enquanto, ainda brinca com a situação, mas garante que vai sentir falta da tasca se esta encerrar.
Também Francisco Assis discorda da solução apresentada. “É preciso que se convençam que lá por ser uma taberna, não é só para alcoólicos, isto é uma casa de convívio”, sublinha.
Já Basílio Pereira, antigo alcaide do castelo, não vê qualquer inconveniente na deslocação do edifício. Concorda que a taberna não pode encerrar, mas entende que esta também não deve impedir a cidade de “andar para a frente”.
Para Setembro está prevista uma nova reunião entre Isabel Damasceno e os proprietários e que, em princípio, será conclusiva.

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