Foi há cerca de 20 anos que um frequentador da mais emblemática taberna de Leiria, a Taberna Lagoa, o José Inácio em conjunto com Júlio Jesus Maria e mais o dono da taberna, Rui Viva que se começou a fazer uns lanches numa improvisada cozinha fora da taberna debaixo de um pequeno telheiro, fizesse chuva ou sol, eles lá começaram a fazer os seus pequenos lanches de algo que sempre iam comprar ao mercado.
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Mas com o avanço das coisas, o José Lino das azeitonas começou a colaborar com as frutas e as devidas azeitonas para regalo dos almoços dos poucos amigos que se juntavam à mesa. José Inácio, com dotes de bom cozinheiro, começa também a fazer umas sopas de rabo de boi, que gentilmente o Manuel Ideias, o homem do talho que geralmente fornecia as carnes e enchidos para as comezanas que ali eram feitas.
O grupo começa a ganhar proporções onde se juntam mais amigos, o falecido António Valentim, o Garcia da Robbialac, Martinho e bem como outros que através dos tempos fizeram parte do grupo dos almoços e lanches que se faziam, como disse, baixo do telheiro.
Dos fundadores dos almoços, José Inácio, Rui Viva e Júlio Jesus Maria não fazem parte dado que faleceram, mas outros responderam ao chamamento dos almoços, entre os quais o José Seco da funerária, Joaquim (Fanas) o electricista de serviço, entre outros que foram desistindo, porque a dimensão e o dinheiro custa a ganhar a todos, e como foi estabelecido que seria um a pagar o almoço, coisa que até que o presidente da mesa, o Garcia, era dividido por todos, que se estabeleceu para a 4ª feira, dia que ainda hoje se faz os bem regados e deliciados almoços de amigos, que por vezes juntam até 17 - 20 à mesa grande.
Dos intervinientes e que responderam aos almoços, temos o nosso saudoso amigo Lé e Dr. Pombo que também partiram para a terra dos aciprestes, actualmente 12 magníficos resistentes, Joaquim Moreira (presidente vitalício da mesa), Juvenal, Carlos Ferreira, José Luís (Ataíja de Cima), Isidro Rodrigues, António Repolho, José da Silva (cozinheiro às vezes), Luís Gomes, António Batista, Fernando Carvalho, Rui Aniceto e Virgílio Ferreira.
Aquando o 'Europeu de Futebol' temeu-se a perda do grupo, devido às obras do Estádio, foram relegados para um contentor ao lado da Nerlei, porque a taberna original foi demolida, mas mesmo assim o grupo das 4ª feiras afincou pé e nunca baixaram braços, ao ponto de ajudarem o Rui Viva em algo que lhes estivesse ao alcance para que a taberna ficasse de pé, o que aconteceu depois de muitas batalhas junto da câmara por Rui Viva e seus filhos, nomeadamente Pedro e Nuno.
Estes almoços e lanches tinham a particularidade de serem sempre bem regados de vinho bom, e com anedotas e peripécias que faziam a rizada geral da mesa e para espanto dos convivas que frequentemente estão por lá e encostados ao balcão a beber o ser copinho. Uma das anedotas que marcou a mesa, foi um belo dia os 5 estavam a comer uns bifes pequenos, quase de 1/2 kg cada, e o António Valentim com a sua cegueira para a barriga ficar cheia, pede ao Martinho para trocar pelo dele que estava mais mal passado, mais olhos que barriga.
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Entre muitas anedotas, também tinha aquela, é pá e as couves, lá dizia o Júlio para o José Bolinhas:
- Deixa lá, vou buscar ao meu quintal...
O quintal do Zé Bolinhas (José Inácio) era nem mais nem menos o campo para lá da Ponte da Cabreira.
Uma outra foi quando se comeu salsichas com couves enroladas, até que calha a um dos convivas um carapau dentro da couve em vez da gostosa salsicha caseira tipo alemã. Quando abre a couve, para espanto dele diz:
- Como salsichas à muitos anos, mas com olhos é que nunca vi...
Outra máxima é quando tem um convidado, estes não pagam nada, terão que se dirigir ao balcão à dona Adelaide a pedir a caixa das 'Trouxas de ovos'.
Esta já como combinado, faz-se rogada e já muito de o convidado esperar encostado ao balcão é que a dona Adelaide remata:
- Então o senhor não vê que aqui o único trouxa que existe é você!!!
Gargalhada generalizada na mesa e cantasse o Trolaróóóóóóóóóóóóóó em uníssono.
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